Nota: 5/5
Favorito
Cassandra Clare é uma das melhoras autoras
desse novo gênero sobrenatural teen. Desde Cidade dos Ossos, eu me apaixonei
por suas palavras, seu ritmo fluído e seus personagens cativantes. É bem
verdade, que ela é psicopata gosta de fazer os leitores
sofrerem com finais bombásticos e reviravoltas. Mas esse é um dos diferenciais. Adoro autores que não tem medo de ousar em seus livros.
O final de Príncipe Mecânico destruiu meu
coração, estilhaçou. Então, protelei um pouco para ler esse final da trilogia,
sabia que ia chorar e foi tiro e queda!
“Continuação de Príncipe
mecânico, “Princesa Mecânica” é ambientado no universo dos Caçadores de
sombras, também explorado na série Os Instrumentos mortais, que chega agora ao
cinema. Neste volume, o mistério sobre Tessa Gray e o Magistrado continua. Mas
enquanto luta para descobrir mais sobre o próprio passado, a moça se envolve
cada vez mais num triângulo amoroso que pode trazer consequências nefastas para
ela, seu noivo, seu verdadeiro amor e os habitantes do Submundo.”
Tessa e Jem irão se casar e Will está
destroçado assim como eu, porém o amor por seu parabatai não
o permite interferir na felicidade de seu melhor amigo.
Muito se disse sobre esse triângulo
amoroso. Sobre Tessa e Will e Jem e Tessa, mas o maior ‘casal’ é formado pelos
parabatai. Um amor lindo, puro, que cresceu na escuridão para ambos, quando se
viam sozinhos. Will construiu barreiras aparentemente intransponíveis e Jem com
sua doença fatal. O doce menino e o frio egoísta. A Bela e a Fera.
A construção dessa amizade e a eminência
de um fim trágico foram escritos em primazia por Cassandra, foi angustiante
acompanhar o sofrimento dos três garotos. Cada palavra não dita, cada olhar
desviado, cada pensamento posto de lado, cada livro não enviado.
As aventuras contra Mortmain foram
interessantes, mas teve um papel secundário para mim. Claro, que foi a luta
contra o Magistrado que trouxe as revelações sobre os caçadores, as descobertas
sobre a identidade de Tessa, a sua importância, as ligações entre os outros
caçadores, o Conselho, os relacionamentos, mas o principal foi o
desenvolvimento dos personagens, o que é um trunfo da autora.
Gosto de personagens femininas fortes, que
não são mocinhas em perigo esperando pelo cavaleiro com a armadura de bronze
para salvá-las. Não, elas enfrentam suas batalhas, seus medos, e não dependem
de ninguém, além delas mesmas. E é por isso que destaco aqui Charlotte, Tessa e
Cecily Herondale.
Charlotte como a líder do Instituto de
Londres nunca se deixou abater pelo machismo e o preconceito em relação às suas
ações, sempre ativa, disposta, foi leal aos seus ideais, lutou por seus amigos,
e não se deixou vencer pelo desacreditamento dos homens em sua volta. Tessa,
desde a bravura com a sombrinha, sempre foi protagonista de sua história, não
deixou ninguém tomar o seu lugar de pertencimento, buscou por sua identidade e
se colocou à frente da batalha. Cecily, assim como seu irmão, saiu de casa, com
um propósito diferente, claro, mas ao longo do caminho se reconheceu como uma
lutadora e não teve medo de se empoderar da nova identidade de caçadora de
sombras. Enfrentou homens de igual a igual e não tinha medo de falar o que
pensava.
Também tenho que citar os pareamentos
surpreendentes como o de Henry e Magnus. Sei que o bruxo é um dos personagens
favoritos da maioria que li as duas séries (definitivamente é um dos meus) e
junto à Henry formou uma das amizades mais improváveis e mais gostosas do
universo literário in my
opinion.
A mitologia sombria e vitoriana chegou ao
fim com o cuidado de amarrar todas as pontas soltas deixadas pelos livros
anteriores e conectar os acontecimentos com os da série-mãe. O amor dos
moradores do instituto, de Tessa, Jem e Will, a amizade e a lealdade
improváveis e por isso mágicas, e o oceano de lágrimas que inundou o meu quarto
ao terminar esse livro. Ressaca literária é o termo mais adequado para esse nó
na garganta que sinto com saudades desses personagens, dessa história incrível!
P.S.: Sophie e Gideon muito fofos!
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